O presidente Jair Bolsonaro foi pessoalmente ao Congresso Nacional, nesta quarta-feira, (20/02), entregar a Proposta de Emenda a Constituição (PEC) que trata da reforma da previdência.
O presidente estava acompanhado do ministro da economia, Paulo Guedes e do secretário especial da previdência e trabalho, Rogério Marinho.
Segundo declarações de Guedes, o texto propõe mudanças no atual sistema de repartição–no qual os trabalhadores ativos arcam com o benefício de quem está aposentado—e ainda a criação de um sistema de capitalização, nesse cada trabalhador faz uma espécie de poupança para o futuro.
O líder do MDB na Câmara, deputado Baleia Rossi, (MG), declarou que não é razoável o governo trocar ministro com o objetivo de aprovar a reforma da previdência.
— Fazer substituição de ministro para aprovar a reforma da previdência não acho razoável, acho que não é bom, acho que não passa uma mensagem de positiva—, disse Baleia.
O líder do MDB disse também que o governo, precisa se aproximar mais do parlamento.
—O governo precisa aproximar relação com o parlamento e acho extremamente possível, acho que tem que ampliar o diálogo, tem que estar mais próximo. O próprio ministro Onix, disse que agora com a reforma da previdência tramitando, é a hora de formar uma base mais estável—, observou ele.
Para Rossi, o governo ainda não conta com uma base consolidada, e chama a atenção de que nenhum partido declara apoio ao governo na Câmara.
—Hoje você não tem ainda partidos que se declaram base do governo, você tem partidos que estão conversando entre as bancadas, os deputados conversando, mas você ainda não tem uma base firme do governo que está em construção, eu acho que com a reforma do bolsonaro agora tramitando a gente tem condições de fazer isso—, observa.
Durante a entrega da proposta para a reforma da previdência, a oposição protestou. O deputado Ivan Valente liderando a bancada do PSOL criticou a medida.
—Entregar a reforma da previdência aqui hoje, e mentir para o povo. Ele nunca falou em reforma da previdência na campanha, mas antes ele falou contra a reforma, portanto, bolsonaro mente—, esbravejou.
A líder da minoria na Câmara, deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ), destacou que fará articulação política dentro e fora do Congresso para inviabilizar a cotação da reforma.
—Nós vamos fazer uma grande articulação política dentro do Congresso e uma grande articulação com movimento social.
Hoje mesmo, já tem reações na sociedade brasileira, tem atos no Brasil e nós vamos aqui mobilizar para dizer a verdade da economia da previdência social brasileira, que é bom dizer que a única previdência no mundo que taxa o capital, hoje o capital é taxado no seu faturamento no seu lucro para a previdência—, destaca Jandira.
A proposta de reforma da previdência passa a tramitar no Congresso Nacional e precisa ser votada nas duas casas em dois turnos.
Na Câmara, a Comissão de Constituição e Justiça ainda precisa ser instalada, isso deve ocorrer em duas semanas.