O reggae, embalado por
letras com críticas sociais contra o preconceito, a desigualdade e a pobreza,
chegou aos maranhenses por meio das ondas curtas de rádios caribenhas e por lá
ficou.
Por Nildo Costa 12/19/2023 - 09:41
O vice-presidente da
República, no exercício do cargo de presidente da República, Geraldo Alckmin,
sancionou a Lei Nº 14.668, de 11 de setembro de 2023, que concede ao Município
de São Luís, capital do Estado do Maranhão, o título de Capital Nacional do Reggae.
Adotado pela cultura
maranhense no final da década de 1970, principalmente pela população da
capital, o reggae, encontrou na periferia da cidade o lugar propício para ficar
e ganhar características próprias na versão nacional: dançada a dois e embalada
pelas radiolas, que são as tradicionais paredes formadas por caixas de som.
Criado na Jamaica, no final
da década de 1960, o ritmo é uma derivação do ska, gênero musical que mistura
elementos caribenhos ao blues, originário no canto de saudade que dava ritmo ao
trabalho dos africanos escravizados; criando um ritmo alegre, dançante e que
fala da discriminação racial.
Foi a partir de músicos
jamaicanos que tocavam o ska, como Toots Hibbert, da banda The Maytals, que o
ritmo e o termo originário da palavra rags - farrapos, em tradução livre –
ganharam o mundo por meio de pioneiros, como The Wailers, banda formada por Bob
Marley, Peter Tosh e Bunny Wailer.
O ritmo, embalado por letras
com críticas sociais contra o preconceito, a desigualdade e a pobreza, chegou
aos maranhenses por meio das ondas curtas de rádios caribenhas e por lá ficou.
Ganhou jeito de dançar, bailes aparelhados, DJs dedicados, clubes, programas de
rádio e bandas como a Tribo de Jah, que na década de 1980 difundiu a versão nacional
do reggae, nascida na Jamaica brasileira.
Museu
Atualmente, São Luís tem
centenas de radiolas, com DJs. As bandas se multiplicaram e a cidade ganhou em
2018 o primeiro museu temático sobre o ritmo, fora da Jamaica, o Museu do
Reggae Maranhão.
O local além de reunir
discos, instrumentos, vídeos e outros ícones históricos, também é um espaço
cultural para a realização de shows, festivais, aulas e oficinas.
Edição: Denise Griesinger